Tuesday, August 21, 2018

Um valvulado mais simples

Post 54 - Guibson Falcon - controle de tonalidade, jacks e o que não está nos livros

  No amplificador anterior (com 6L6) eu usei um controle de tonalidade estilo Baxandal que acho mais eficaz do que o tone stack que é o mais usado em amplificadores de guitarra, no entanto o baxandal rouba mais volume entre o sinal que entra e o sinal na saida depois dos potenciômetros porque estes estão mais separados (não estando em serie) e assim baixam a impedância.

  No tone stack estão um por cima do outro como se fosse apenas um grande poteciômetro com divisões, 3 divisões quando se quer ter graves, médios e agudos, e ai os médios nem sempre funcionam bem. O médio aqui já foi separado estando no circuito anterior do mid-scoope justamente para se ter uma atuação melhor. Tem-se então duas divisões.

  Estando um por cima do outro (tipo em serie jogando para o terra) a impedância é mais alta entre o sinal e o terra (não matando tanto o sinal) e neste pré por ter apenas uma válvula (dois estágios ativos) é necessário não perder ganho.

Funcionamento

  O capacitor C5 na realidade não é necessário no circuito, mas se ele for excluido o demais capaciores dos filtros de tom terão que ser todos para alta tensão (acima de 250V) geralmente mais dificeis de encontrar e mais caros. Acho que já falei isso anteriormente e livro nenhum atenta para esse detalhe, nem mesmo os fabricantes de amplificadores. O valor dele deve ser mais alto (47nanofaradys ou maior) para deixar passar bastante as baixas frequências e é o único para alta tensão (400V). Ele barrará a tensão contínua de polarização da válvula deixando passar só o sinal de tensão alternada (assim os outros capacitores não precisão barrar DC).

  C6 deixa passar só os agudíssimos, com 150picofaradys o som fica extremamente brilhante, depende do gosto (220pf ou 250pf adiciona um pouquinho mais de médios). O potenciômetro de agudos, ou colhe só agudos ou atenua (depende da posição do cursor).

  Do lado da atenuação adicionei um capacitor (C8 de 10nF) que geralmente não tem num tone stack. A função dele é tirar completamente o brilho (tal qual quando se tira o brilho no potenciômetro da guitarra (pra quem gosta de tocar Jazz). Assim o potenciômetro terá uma atuação bem eficaz.

  O potenciômetro de grave é o que atua com menos ênfaze, não porque não é possivel ter uma forte acentuação de graves, mas é porque graves demais rebenta alto falantes (ainda mais num combo pequeno). R18 mata um pouco dos graves/médios vindo de C9 jogando o sinal para o terra (um pouco do volume vai junto) e C7 passa mais graves. R17 ajusta o volume do controle de graves em relação ao controle de agudos (diminuindo R17 os graves soarão mais alto).

  A saida do volume pode entrar direto no pino 2, não precisa de R1 e C1 do circuito amplificador (a numeração está separada para a unidade de potência e R1 e C1 estão no desenho da unidade de potência - ver no desenho do post 50 ou 48).
  No caso de ser usada a potência sozinha (sem pré) é conveniente ter R1 e C1. Retirando eles do circuito o ganho aumenta um pouco porque C1 tende a cortar um pouco os graves por ser de baixo valor (além do que, qualquer capacitor em serie com o sinal sempre rouba um pouquinho de volume).
  R1 limita a impedância de entrada se C1 for mantido no circuito, abaixo de 470K começa a se perceber diminuição do volume. Sem C1 o potenciômetro de volume passa a ser quem dita a impedância de entrada.

Jacks isolados do chassi - o que ninguém explica em canto nenhum

  No amplificador anterior (com 6L6) eu usei jacks de entrada isolados do chassi (dificeis de achar para comprar dependendo do modelo que se quer). A razão é que no outro pré tinha-se 4 estágios (duas válvulas) e o ganho era alto demais e era atenuado parte pela serie de resistores de cada estágio para a devidas funções, e parte do sinal era atenuado baixando a impedância jogando o sinal para o terra ( o potenciômetro de volume era de apenas 10K).

   Isso faz com que a entrada fique sensivel a ruido humm se os jacks estiverem diretos no chassi pois haverá um loop entre o terra do chassi no jack com o terra da placa do pré (o terra no jack deveria ser o mesmo da placa do circuito de pré e não o do chassi), é o mesmo terra mas estão em diferentes distâncias em relação ao ponto terra estrela. Pode-se fechar esses dois pontos sem problema desde que os potenciômetros do circuito tenham altos valores de resistência pois baixos valores se terá mais loops ainda.

  Potenciômetros de valores pequenos fechando entre o sinal e o terra (principalmente o de volume), ao fechar o potenciômetro zerando o volume se percebe um leve ruido humm e ao aumentar o volume no máximo se percebe o mesmo humm, porém o ruido some se o potenciômetro não estiver totalmente nos extremos. Neste caso é necessário os jacks isolados do chassi.

  Neste pré a impedância é alta no geral em cada estágio pois é necessário aproveitar todo ganho sem atenuação, assim tem-se uma resistência alta no loop separando o terra do chassi do terra na placa (uma resistência alta entre os dois pontos distantes opostos de terra). Você leitor desse blog, já viu isso em algum livro ou explicado em algum lugar, mesmo escrito em Ingles?


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