Monday, March 13, 2017

Reverberador com PT2399 - parte 4

Post 23 - Pré para guitarra com som de guitarra

   A maioria dos amplificadores solid states (que não tem válvulas) que já toquei e toco eu não gosto do som, o som do transistor é aquele som ardido. Sem entrar em detalhes, o espectro de frequências da válvula é diferente de um transistor, há de se fazer correções. Em muitos esquemas conhecidos se tem um pouco dessas correções mas nem sempre do meu agrado principalmente em amplificadores mais baratos onde a preocupação é o circuito distorcedor para se ter uma falsa impressão de que se tem muita potência vindo de um amplificador pequeno e barato.

    Neste pré coloquei 3 filtros de corte de banda (notch filters mas em prés de guitarra chamados de Mid Scoope), de modo a se obter um som clean cristalino, um deles está no próprio controle de médios.

  Análise do circuito

    Sem o controle de tonalidade que terá um post a parte.

   O primeiro estágio ativo de amplificação com o transistor fet já foi dito no post anterior do reverberador.

    O primeiro mid scoope (R5, R6, R7, R8, C3 e C4) formam um filtro passivo de rejeição de banda de 1ª ordem, como já visto num post anterior, o corte dos médios é levinho, não muito, tem uma fórmula pra achar a exata frequência central do filtro mas não me preocupei em fazer as contas (deve ser algo em torno de 1Khz).

   O primeiro CI ampli-operacional (metade de um TL072) é um amplificador inversor com ganho 10 e é também o misturador do sinal seco com o sinal vindo do reverber. Ganho 10 vezes ganho 5 vindo do fet se teria ganho 50 mas uma boa parte desse ganho foi perdida no filtro. Para o sinal reverberado o ganho é 3 para se ter um menor volume no reverber.

  Neste CI o capacitor C6 atenua os agudos, uma chave eletrônica feita pelo transistor fet praticamente tira C6 do circuito deixando passar todo o agudo e assim se ter o brilho no sinal. C7 dá um atraso até exagerado no tempo da chave e corta qualquer possivel ruido “clic” de uma chave mecânica.

  Saltando o controle de tom se tem o terceiro mid scoope

  Formado pelo filtro de 1ª ordem em ” T ” simples pelos resistores R28 e R29 e pelos capacitores C16 e C17. O sinal que passa por R28 e R29 tem uma parte dos médios desviado para terra pelo capacitor C17 enquanto em C16 os super agudos passam direto.

  A impedância neste ponto não é tão baixa e o sinal geral sofre certa atenuação de volume no filtro sendo recuperado pelo pré ampli do operacional onde está controle de ganho geral R33. R32 pode ser alterado a gosto se for necessário maior ou menor ganho (dependendo da sensibilidade do amplificador de potência a ser usado).

    Último estágio ativo - Flexwave

  Flexwave foi o nome dado pela fábrica Crate a essa topologia simuladora de distorção de válvula (não foi invenção da Crate). O circuito original usa dois diodos zenner mas há uma variação com transistores que é a que usei neste pré. Se simula, eu tenho minhas dúvidas mas porque coloquei este circuito aqui se a intenção é ter um pré clean? Na realidade o circuito é uma especie de leve limitador de sinal (se tirar os transistores vira um overdrive qualquer), um soft limiter, porém a atuação dos diodos ficam dependentes da atuação dos transistores (chamados de diodos borracha pois esticam ou encolhem). Não sei se o original com zenners é melhor mas esta serve para o propósito.

  A ideia é que o corte dos picos das ondas sonoras não fiquem presos a um determinado valor fixo (0,7V dos diodos), ou seja variem conforme a condução dos transistores. Sonoramente o que se quiz foi o fato de enquanto mais forte se tocar um acorde mais distorção se tem, e se tocar fraco se tem clean. O funcionamento é meio pífio mas serve para amenizar as pancadas do distorcedor (não deixando estourar o alto falante) e tornando a distorção um pouco mais suave, por isso a Crate usa no canal sujo de seu ampli.

  Aqui no caso será apenas para tornar este pré mais amigavel de pedais distorcedores. O circuito só atuará no sinal clean se o ganho estiver muito alto.

  Daí ao controle de volume final ou master. Não vejo graça nenhuma de se ter uma porção de controle para uma coisa só, volume, assim neste pré volume é o primeiro controle e é master ao mesmo tempo.

    Tensão de alimentação do circuito

  A maioria opta por uma fonte dupla + terra e - geralmente de 15V ou 18V (9 + 9). Normalmente reduzem com resistores da fonte da unidade de potência e estabilizam. O resultado é sempre ter aquecimento desnecessário (vindo dos resistores redutores) além de gastar dois estabilizadores LM78xx.

  Gosto da opção de uma fonte só dividida com terra virtual, 4,7V + 4,7V é mais do que suficiente para ter uma boa excursão de onda para um sinal de pré, e sendo facil baixar para 5V para o circuito do reverber sem muito aquecimento.

  Pode-se conseguir os 9,6V (ou 12V) vindo da fonte principal do ampli de potência mas o ideal mesmo é ter um enrolamento separado no transformador só para o pré (poucas espiras de fio fino).


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