Wednesday, February 19, 2020

Post 76 - Polarizando um Giannini - Otimizado - Final

  Fonte de alimentação

  O mais simples possivel, nada de diodos especiais, de capacitores anti-pick entre os diodos, nada disso, 4 1N4007 e dois capacitores de 3300uF/50V se o amplificador for usado para se ouvir música, se for para guitarras até 1000uF dá, no entanto 2200uF hoje em dia não estão caro mais. Nem é necessário desenhar o esquema aqui.

  Guitarras não alcançam frequências tão baixas, a necessidade de ser ter capacitores de maior capacidade é para música ou instrumentos que alcançam frequências abaixo de uns 60hz pois essas notas graves ao serem tocadas puxam muita corrente da fonte descarregando os capacitores de filtro da fonte muito rapidamente não dando uma boa filtragem no momento dessas notas.
  Assim algum ruido Humm passa para o circuito tirando a nitidez dos graves. Logicamente capacitores de maior capacitância carregam e descarregam mais lentamente.

  O que está embutido na coisa (não está nos livros, a escola não ensina e pouca gente sabe) é que a quantidade de capacitância também depende do trafo, não só da corrente que sobra no trafo além da necessidade que o circuito puxa, como também da propria construção do trafo e de seu cálculo.

  Não explicarei detalhadamente aqui pois teria que explicar tudo sobre transformador mas dá pra adiantar que um trafo calculado com economia de espiras nas bobinas e economia de potência e dependendo da propria construção da bobina (nos EI) irá precisar de mais capacitância na fonte, seja um trafo de laminação tradicional “E” ”I” ou um trafo toroidal. Não é só o “ripple” da fonte ou o tanto de corrente que se puxa nos graves.

  Um trafo para este amplificador

  Este foi o trafo que eu calculei e construi me baseando em 45W de potência sonora e baseando em uma potência nominal de 70W (ou VA como a maioria prefere).
  Logicamente se ajustar o sinal de entrada e o ganho do amplificador para se obter apenas 35W (menor aquecimento nos Tip41C) vai sobrar potência no trafo. Poderia então ter sido um trafo menor, de menor potência, mas esse foi o que construi e pode servir para qualquer amplificador que use aproximadamente as mesmas tensões de até 50W de potência sonora que aguenta bem.

   Laminação GNO comum ou recozida (usei recozida) formato EI de perna central 2,8cm e lâminas de espessura 0,5mm.

   Empilhamento formado de 4,2cm no mínimo (não precisa ser exato, pode ser 4,25 ou 4,3 dependendo da construção do carretel). Mais ou menos 1,550kg de ferro.

  Carretel de papelão, espessura da base menor que 1mm (mais ou menos 0,8mm), espessura das paredes laterais e do meio (abas ou flanges) em torno de 1mm. Eu faço com dois papelões bem rigidos mais finos colados um no outro com epoxi dando 1mm. Num post passado de amplificador valvulado mostrei mais ou menos como faço (depende da criatividade de cada um).

  Divisão do carretel

  A flange do meio (que divide o lado do enrolamento primário e secundário) deve ser colada na base deixando exatamente 21,5mm para o primário e 18,5mm para o secundário.
  21,5 + 18,5 = 40mm sobando 2mm para colar as flanges laterais de 1mm cada (a base interna da lâmina tem 42mm). Se isso ficar mal dividido no final um dos lados fica dificil de caber todas as espiras pois os enrolamentos ficam bem cheios.

  A maioria no Brasil enrolam trafos um enrolamento sobre os outros (não é muito a minha preferência), pode ser feito assim também que certamente cabe se for enrolado bem apertado.

  Enrolamentos

  É possivel enrolar este trafo manualmente desde que se tenha um eixo qualquer para colocar o carretel de forma a gira-lo com a mão, mas logicamente uma bobinadeira simpels qualquer torna o serviço muito mais facil.

  Primário - 496 espiras - fio 25AWG para 127V (ou 468 espiras + 28 espiras 120V + 7V como eu fiz). 364 espiras - fio 27AWG (extensão para 220V). Enrolamentos diretos fio sobre fio.

  Secundário - 108 + 108 espiras - fio 21AWG em enrolamento bifilar com tomada central (27,5V CT 27,5V). A maioria de enroladores de trafos detestam fazer enrolamento bifilar pois em algumas bobinadeiras fica bastante dificil e a coisa fica praticamente manual, ai enrolam 108 e depois mais 108 por cima um do outro e ficam caladinhos (ai, haja capacitor pra filtrar a fonte).

  Ainda é possivel colocar umas 14 espiras de fio 33AWG (ou 34) sobre o lado enrolamento primario para ligar um led de painel completamente separado da fonte, isso é opcional. Um led ligado direto no trafo elimina completamente uma possibilidade de vazamento de loop (ruido humm) por causa de um led no circuito DC. Usei plaquinha de cobre colada para soldar fios (ao invés de fios saindo)

  E também é possivel 46 + 45 espiras (11V CT 11V) de fio 33AWG em uma camada sobre a outra para uma fonte de pré amplifcador separada opcional enrolado sobre o lado do secundário (não errei não, a camada de cima é 45 espiras mesmo).

  Os fios foram todos de 180° graus Celcius de aquecimento cujo isolamento é mais grosso (fio pra enrolar motor), isso faz com que as bobinas ocupem mais espaço, o ideal é o fio para 130° graus Celcius que ocupa menos espaço mas é mais dificil de achar vendendor destes.

  Eu esqueci este amplificador ligado por uma semana e trafo apenas mornou um pouco (enquanto melhor a qualidade das lâminas e o aperto delas menos esquenta).


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