Thursday, August 15, 2019

Post 68 - Polarizando um Giannini - parte 1

   Nestas postagens a seguir vou expor a maneira prática que eu faço para saber os valores de resistores e capacitores descobrindo as tensões e correntes em cada ponto do circuito da etapa de potência. É um modo simplificado e portanto não tem uma precisão de engenheiro mas funciona nesta topologia de circuito (que é a mais comumente usada).

  Esta é a etapa de potência usada no amplificador da Giannini conhecido na época como “Bagão” porque era o modelo mais potente que o famoso Baguinho da Giannini, o amplificador ganhou esse nome popular porque os modelos tinham as letras BAG1, BAG7, etc.

  Não se sabe de onde a Giannini copiou esse esquema (eles nunca projetaram nada), mas é um circuito muito bem projetado pois se consegue arrancar 50W limpos com pouquíssimos componentes e componentes baratos sendo então um circuito bem econômico.

  Este esquema não está na internet, eu copiei observando a placa original do amplificador (varios deles) na época ( nos anos 80 e 90). Eu montei uns 15 ou mais dessas potências com diferentes desenhos que fiz da placa na época.
   Como se vê a topologia é o básica classe AB com com par diferencial na entrada porém tem uma pequena modificação que foi a colocação de C2 e R5 invertidos onde o R5 faz uma função tipo terra virtual sendo o negativo do alto falante retirado desse terra virtual (num amplificador combo não precisaria de jack de saida). Nessa configuração o valor de R5 fica praticamente sendo o mesmo valor dos resistores de ballasts.

  Desse modo facilita uma montagem em serie (valores de resistores iguais facilita na montagem), uma mínima variação de R5 afeta o ganho, por exemplo com um transformador bem mais potente diminuindo R5 para 0,22Ω aumenta bastante o ganho (se não aumentar a potência do trafo irá dar hummm no som). Logicamente tudo depende também de se ter os transistores de maior potência pois haverá também mais aquecimento. Configurado nessa forma o som é bastante limpo (mais até do que do modo convencional com C2 no terra).

  Pode-se observar também os valores de R9, R11 e R15 tudo igual de 330Ω para ficar facil numa linha de montagem

 Convencionando os hfe (betas) dos transistores

  Antes de iniciar a coisa toda é preciso convencionar os betas dos transistores, o que é um chute (no saco) porque no proprio datasheet dos transistores que serão escolhidos muitas vezes há varios valores de beta para um mesmo transistor com condições diferentes de correntes. Assim muitas vezes não dá pra usar o valor de beta que está no datasheet.

  A regra geral é que usando valores maiores para o valor de beta sempre se terá valores menores de corrente de consumo, ou seja, transistores com ganho beta maior necessitam de menos corrente.

  Enquanto maior a potência do transistor menor é o seu beta, ex: um 2n3055 tem um beta de 30 e suporta uma corrente de 15A e um BC548 pode ter um beta mínimo de 100 mas suporta uma corrente de apenas 0,1A.

  Assim tem-se que convencionar ou estimar empiricamente quando será usado o Beta mínimo ou um beta médio, valores estes encontrados nos datasheets dos transistores. Os valores serão 30, 40, 50, 100 ou 200 dependendo do tamanho do transistor.

Convencionando a tensão de saturação VCE dos transistores

  A voltagem ou tensão de saturação entre coletor e emissor está entre 0,5V a 3V dependendo do transistor, transistores potentes é sempre maior, geralmente 2 ou 3V e precisa-se destes valores para o cálculo nos transistores de saida. Nos datasheets de transistores é dado este valor mas não é necessário seguir a risca. Geralmente se usa um valor ligeiramente maior (antes ter tensão de sobra na fonte do que faltar).


  Outros valores de tensão suportado pelos transistores usados bem como correntes e potência de dissipação serão observados no datasheet de acordo com o momento do cálculo.

continua. . .

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