Sunday, February 19, 2017

Reverberador com PT2399 - parte 1

  Post 20 Reverberador com PT2399 em um pré de guitarra com som de guitarra

  Utilizando alguns PT2399 pode-se conseguir um razoavel reverberador, cada PT corresponde a um ponto ou parede onde a onda sonora bate e retorna como eco, assim enquanto mais PTs mais natural soaria a reverberação. Naturalmente enquanto mais PTs mais ruido de conversão AD-DA pois não há um só conversor com varias memorias em um único chip e sim varios chips com uma memória cada.

  Esse esquema é semelhante ao reverberador da Belton que usa três PT2399. Antes da Belton lançar seu produto eu já havia construido um reverberador com apenas dois PTs e numa combinação serie-paralelo se consegue três pontos de retardo do sinal, mas com três PTs soa mais natural, só fica mais dificil de ajustar e maior o circuito.

  Diagrama de bloco - como funciona

  Cada PT tem sua própria realimentação, os valores de cada resistor de realimentação devem ser tal de forma que se tenha bastante repetições mas sem ficar repetindo infinitamente.

   O sinal vindo do Buffer 2 entra no primeiro PT, ai se tem o atraso inicial que corresponde ao tempo em que supostamente as ondas sonoras demorariam para atingir as paredes antes de retornarem ao ponto de onde partiram onde se estaria ouvindo o eco. Num sistema perfeito este PT seria destinado apenas a essa função, no entanto se pode aproveitar parte desse sinal e joga-lo também na saida e na realimentação com um nivel mais baixo no meio entre os dois buffers.

  Neste primeiro PT se tem um oscilador LFO variando o tempo de retardo (exatamente igual a um chorus) porém muito suave para que não seja sentido um vibrato no som. Este é o único recurso simplificado possivel de se variar levemente o tempo de retardo do sinal, com um chorus nas repetições se terá a sensação de um reverber um pouco mais cheio além de ir variando o batimento indesejavel que se percebe das repetições se o nivel de reverberação na saida for muito alto. Este batimento é sentido porque se tem poucos pontos ou paredes de repetição.

  Da saida do sinal com atraso do primeiro PT o sinal entra ao mesmo tempo no segundo e terceiro PT, o segundo com tempo bem largo e o terceiro com o tempo bem curto. Numa reverberação natural nas frequência mais agudas as ondas sonoras viajam maiores distâncias e assim batem mais vezes nas paredes. O terceiro PT tem o tempo mais curto e portanto será ajustado para maior número de repetições possiveis (antes do infinito) apesar de não haver filtros para distinção de baixa ou alta frequência em sua entrada.

  As saidas dos três PTs são então mixadas e vão ao controle de volume de reverberação e dai o sinal reverberado é finalmente misturado ao sinal sem atraso.

  Uma pequena parcela do sinal é retirado antes do potênciometro de reverberação indo para realimentação tendo um trimpot de ajuste e sendo injetado no meio entre os dois buffers.

  O segundo e terceiro PT estão paralelo e logicamente se adicionar mais PTs em paralelo com tempos diferentes se poderia obter mais pontos de retardo e uma reverberação mais natural mas encarece e complica mais ainda os ajustes. O grupo de PTs em paralelo recebe o sinal já retardado pelo primeiro PT com  todo o ruido proveniente deste, a somatória de todos os ruidos limita o projeto.

  Na maioria dos projetos DIY encontrados na internet simplesmente colocam todos os PTs em paralelo, um deles colocou 6 em paralelo mas não montou pra demonstrar não, só desenhou, eu queria ver ele ajustar as realimentações e tirar o ruido. A combinação das células de retardo deve ser em serie-paralelo.

  A grande dificuldade são o ajuste dos niveis de sinal nos pontos de realimentação do mesmo, ficam muito dependentes do nivel de sinal da entrada, um ganho de amplificação muito alto pode fazer o circuito começar uma repetição infinita indesejavel. Esta é a grande diferença entre uma reverberação mecânica conseguida por molas de reverber, de uma reverberação conseguida por somatória de múltiplos ecos, no sistema de calha (ou tanque) de reverber não há realimentação de sinal (a pouca realimentação existente acontece mecanicamente no próprio tanque), assim independe do nivel de sinal da entrada que justamente precisa ser é alto para excitar a entrada do tanque.

  Por causa dessa dificuldade fica muito dificil tornar o circuito mais versatil, o circuito fica limitado praticamente impossivel de se ter controles para diferentes reverberações tipo “plate reverb, room, hall, church” e os diversos nomes que inventam em comparação com uma reverberação no mundo real. Os ajustes dos valores estão para uma reverberação tipo aproximadamente “large hall”.

  Assim este circuito é uma alternativa para amplificadores com um só controle de reverberação como nos amplificadores com tanques de reverber.

  No diagrama de bloco os resistores são os responsaveis pelas atenuações do sinal para a realimentação, qualquer mínima mudança interfere na realimentação.

  As setas indicam o sentido principal do sinal, logicamente em alguns pontos o sinal tende a ir nos dois sentidos (onde não há buffer e onde os resistores forem de baixo valor).

   Continua . . .


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