Wednesday, July 27, 2016

Univox Super Fuzz

   Post 7  O que há de errado com o Univox Super Distortion

  O Univox Super Distortion foi lançado em 1969 e era fabricado pela Lafayette Radio. A Lafayette Radio era uma mistura de fábrica e distribuidora com sede em Nova York. Fabricavam de tudo (TVs, gravadores, e quase todos produtos eletrônicos que existiam na época) inclusive instrumentos musicais (produtos feitos no Japão e em Nova York).

  Os pedais naquele tempo ainda não tinham leds indicadores (nem existia ainda) e eram todos a bateria de 9V (bateria de 9V era moda na época, não tinha muito tempo que tinha sido lançada), assim era facil polarizar os transistores pois não tinham problema com flutuação de residuos de AC das fontes de alimentação (o ruido humm).

  Aqui está o circuito original do pedal que tive nos anos 70 e copiei na época, é um pouquinho diferente do que está publicado por ai na internet.
  Nota-se o par diferencial Q4 e Q5 com os coletores juntos, cada um recebe o sinal com fase invertida vindo do emissor e coletor de Q3.

  Assim Q4 e Q5 formam um retificador de onda completa o que já distorce o sinal enquanto tende a acentuar uma oitava acima.

  Ao mesmo tempo (se bem ajustado) sem sinal nas bases de Q4 e Q5 a amplificação é baixissima mantendo o ruido a um nivel muito baixo, a medida que se toca o próprio sinal faz com que amplificação aumente (a tensão nos coletores aumenta enquanto a de base diminui).

  Este ajuste perfeito se deve ao resistor de coletor de Q4 e Q5 que deve ter um valor tal que permita o exato funcionamento de Q4 e Q5 nestas condições de passarem a amplificar no momento em que há sinal na base. Se o ajuste não estiver adequado os transistores ficarão constantemente amplificando perdendo esse efeito de reduzir o volume sonoro quando não existir sinal.

  Nota-se a presença de um trimpot igualando a estabilização nas bases de Q4 e Q5, este trimpot não consta no esquema da internet. Q4 e Q5 devem ter o ganho beta (hfe) bem próximos para que o circuito funcione melhor.

  Este tipo de configuração tende a cortar o sinal um pouco antes, ou seja tende a diminuir um pouquinho o sustain natural das notas, por isso o sinal já deve vir bastante amplificado e naturalmente saturado por esta pré amplificação (Q1 e Q2).

  Quando o potenciômetro expansor está quase no mínimo o nivel do sinal é baixo, a distorção é menor e tem o sustain curto, ótimo pra power chords mais limpos. Com o expansor no máximo a distorção é pesada e com ataque ótima pra rocks pesados.

  O detalhe aqui é que o pré amplificador universal formado por Q1 e Q2 dá um resultado muito melhor do que se usar o integrado operacional tipo TL072 ou outro, ao se usar um operacional não se obtem uma boa acentuação da oitava acima (operacionais são ruins quando se exige altissimo ganho).

  Os diodos de germânio garantem mais enfase na distorção apesar de funcionar também com diodos de silicio.

  O problema deste circuito é que se usar uma fonte ao invés de uma bateria o circuito não iria funcionar a contento, exigiria uma fonte super filtrada para não passar ruido hummm junto com o sinal. Foi estabilizado usando bateria, alguns resistores deverão ter diferentes valores para uma melhor polarização dos transistores para funcionar com uma fonte regulada normal.
 
  Apenas como curiosidade este é o desenho da placa original (6cm x 8cm), copiei na época com ajuda de papel carbono, a numeração dos componentes eu que coloquei (não havia numeração).

  A placa era muito mal feita e mal desenhada, na época não se tinha muita tecnologia ainda, hoje qualquer aprendiz de eletrónica é capaz de desenhar e fazer uma placa melhor.

  Assim não há nada de errado com o circuito se este for usado somente com bateria. Em breve colocarei o meu esquema modificado para ser usado com fontes normais e tendo led indicador.

  Este tipo de configuração não é utilizado pelos fabricantes de pedais de distorsão porque requer ajuste de praticamente um por um, o que inviabiliza um produção e além do mais eles querem vender pedais noise-gate separadamente.

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