Wednesday, March 31, 2021

Post 90 - Ruim mas pra guitarra serve

     Já faz uns 20 anos que consertei um amplificador Fender FM112, como sempre os amplificadores da Fender têm bons pré amplificadores dedicados a guitarra, as unidades de potência geralmente são o básico que todos usam mas este no meu entender foi uma péssima escolha.

  No intuito de reduzir o número de componentes na placa e ter potência ao mesmo tempo tentaram usar um amplificador operacional capaz de trabalhar com alta tensão e assim eliminar par diferencial, fonte de corrente constante, amplificador de tensão e outros tantos de componentes necessários ao redor.

  Na saida a escolha de transistores darlington, hoje totalmente fora de moda, para economizar espaço e facilitar a montagem.


  MC1436 tão ruim que foi descontinuado

   Este CI em operacional para trabalhar com altas tensões, queima muito e com certeza os engenheiros que o desenharam ou a propria industria que o fabricava chegaram a conclusão que era péssimo de tiraram de linha. Foi o que queimou na época e naquela época existia pra comprar (comprei dois e ainda tenho um guardado).

    TIP147 e 142 transistores darlington - péssima ideia

  Porque acho uma péssima ideia? Ter um transistor excitador dentro do mesmo invólucro junto com o transistor de saida no meu intender é uma péssima ideia dos ditos engenheiros.

   Geralmente os excitadores não esquentam e quando se aquecem durante o funcionamento nunca aquecem tanto quanto os transistores de saida. O que então acontece é que os transistores de saida passam a esquentar os excitadores sem necessidade. Ao invés do calor se dissipar no dissipador de calor, se dissipa no transistor excitador primeiro.

  Numa montagem discreta com transistores excitadores e transistores de potência separados, os excitadores ficam na placa e só os de saida vão nos dissipadores.

  Os transistores antigos 147 e 142 tinha o encapsulamento grande e largo e na industria atual foram modificados para o encapsulamento pequeno (TO-220 ou TO-247) que limita mais ainda um projeto com eles quanto a dissipação de calor (não aguentam a potência que aguentavam antes). O desuso destes transistores é óbvio, não se vê mais projetos com eles.

  A única vantagem deles (o que deve ter sido a ideia dos engenheiros) é que o maior equilibrio elétrico no funcionamento, ou seja, mais igualdade no funcionamento pois na fabricação são mais iguais por dentro o que geralmente não acontece quando se tem que usar transistores separados para cada função com resistores discretos ao redor.

  O circuito montado virtualmente no Multissin mostra a péssima qualidade da forma de onda quadrada a míseros 1Kherts. Essa deformação na onda quadrada num amplificador de “boa” qualidade deveria acontecer acima dos 30Khz. Contudo para um amplificador de guitarra serve, saindo redondinha na onda senoidal a guitarra nem sente a distorção (THD de 0,7% na senoidal).

  A placa de circuito impresso deste amplificador apesar de bem desenhada era péssima com os resistores redutores da alta tensão para a baixa tensão para o pré tudo ali no meio, aquecendo todo o conjunto de componentes. O chassi era de aluminio com transformador do lado de dentro e dissipadores colados na trazeira do chassi, ou seja, uma bandeja de aluminio com o forno dentro da bandeja.

  Os ouvidos de técnicos de eletrônica conseguem escutar o amplificador dizendo: Ai, solta volume aí, me queima, me queima, me queima. Uma grande merda.